Paulínia foi classificada pelo Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do Governo do Estado como área ampliada para risco de Febre Amarela. O anúncio foi feito na manhã da última terça-feira, dia 11, em reunião na sede da Diretoria da Regional de Saúde, em Campinas. A partir de agora, a Secretaria da Saúde se prepara para imunizar os mais de 100 mil habitantes da cidade. Anteriormente, a vacina era recomendada apenas para quem iria viajar para as áreas de risco.
O primeiro passo, de acordo com a Vigilância Epidemiológica, será um mutirão de vacinação nas áreas rurais, que acontece neste sábado, dia 15 de abril. A enfermeira da Vigilância, Sandra Campos Suarez, explica como vai funcionar a ação. “Entre as 8 e as 17 horas deste sábado, três equipes de saúde irão percorrer as regiões de Betel e Cascata realizando a vacinação de porta em porta. Cada equipe será formada por um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem”, afirma. Duas mil doses da vacina serão disponibilizadas para essa ação.
O trabalho de imunização, segundo Sandra, será realizado de forma gradativa, dando prioridade a áreas rurais e condomínios que fazem divisa com a cidade de Campinas. “Nosso objetivo é concluir a ação nas áreas rurais ainda neste sábado” explica.
Já no dia 22, será a vez dos moradores dos condomínios localizados em áreas limítrofes com Campinas receberem a imunização. O cronograma com horários e especificação de locais será divulgado na próxima semana.
Cidadãos das demais regiões da cidade também serão atendidos com a vacina, que será disponibilizada nas unidades de saúde, escolas e mutirões, gradativamente. A meta estabelecida pelo GVE é que toda a população de Paulínia seja vacinada até o final do ano.
Prevenção - A Vigilância Epidemiológica, contudo, alerta que se trata de uma ação preventiva. “Após os registros de mortes de macacos na região do Distrito de Sousas, em Campinas, o Estado decidiu imunizar a população das cidades vizinhas para evitar a proliferação da doença. Trata-se, portanto, de uma ação preventiva. Não temos registros de transmissão da doença em nossa cidade”, garante Sandra Suarez.
Cronograma inicial
DIA 15 – Mutirão de vacinação nas regiões de Betel, Cascata e Estrada da Rhodia para moradores das áreas rurais.
DIA 22 – Mutirão de vacinação em condomínios localizados em áreas de divida com Campinas.
Dose única - O Ministério da Saúde anunciou adoção da dose única da vacina contra a febre amarela para as áreas com recomendação de vacinação em todo o país. Com a medida, crianças e adultos, que já tomaram uma dose, não precisam se vacinar mais contra a febre amarela ao longo da vida. A medida já era adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2014. A estratégia de uma única dose também passa a ser adotada no Brasil. A vacina é segura e garante proteção ao longo da vida.
A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença e apresenta eficácia de 95% a 99%, além de ser reconhecidamente eficaz e segura. Entretanto, assim como qualquer vacina ou medicamento, pode causar eventos adversos como febre, dor local, dor de cabeça, dor no corpo. Para algumas pessoas a vacina é contraindicada.
QUEM DEVE TOMAR A VACINA COM RESTRIÇÕES
– Pessoas acima de 60 anos deverão ser vacinadas somente se residirem ou forem se deslocar para áreas com transmissão ativa da febre amarela e que não tiverem alguma contraindicação para receber a vacina.
QUEM NÃO DEVE TOMAR A VACINA
– Gestantes
– Pessoas com imunossupressão secundária à doença ou terapias.
– Mulheres amamentando devem suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação e procurar um serviço de saúde para orientação e acompanhamento a fim de manter a produção do leite materno.
– Imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas).
– Pacientes em uso de medicações anti-metabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença (Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe).
– Transplantados e pacientes com doença oncológica em quimioterapia.
– Pessoas que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina.
– Pessoas com reação alérgica grave ao ovo.
– Pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).