A história da cidade de Paulínia remonta à época colonial, quando o governo português doava sesmarias (grandes extensões de terra) a pessoas interessadas em cultivá-las. Em nossa região, há notícias de duas grandes sesmarias doadas em 1796 e 1807 que, pela localização (entre os rios Atibaia e Jaguari) ficavam onde hoje está Paulínia. Barreto Leme, que havia chegado a Campinas em 1739 recebeu, 34 anos depois, de Morgado Mateus o título de "Fundador, Administrador e Diretor" daquela cidade. Paulínia era um sertão inculto, nos arredores de Campinas, com flora e fauna exuberantes, habitado por índios. Em 1885 o Comendador Francisco de Paula Camargo comprou a Fazenda São Bento, enorme propriedade de terra, para produzir café, cujas primeiras mudas, seu avô materno, homônimo, havia trazido do Rio de Janeiro para Campinas em 1817. Além da São Bento, outras grandes fazendas da região da atual Paulínia eram: A Morro Alto (de José Guatemozin Nogueira), a São Luís (de Francisco da Rocha), a Fortaleza (de Domingos de Salles Júnior), a São Francisco (de Heitor Penteado e seus irmãos), a Santa Genebra (pertencente ao Barão Geraldo de Rezende que localizava-se onde hoje está aquele distrito), e a maior de todas, em terras onde hoje está a cidade de Cosmópolis, chamada de Fazenda do Funil ( pertencente a José Paulino Nogueira, seus irmãos: Artur, Sidrack e seu genro Paulo de Almeida Nogueira).Interessante destacar que as atuais cidades de Paulínia, Sumaré, Valinhos e Cosmópolis eram, na época, bairros periféricos de Campinas, afastados do centro e sem nenhum tipo de melhorias ou benefícios. Em 1903 é inaugurada, em terras da Fazenda São Bento, uma capela em honra ao mesmo santo. Ao redor dessa capela, ainda hoje existente no centro de Paulínia, começa a desenvolver-se um vilarejo, também conhecido como "São Bento". Esse santo era muito popular por essas bandas devido ao poder a ele atribuído de proteger seus devotos contra picadas de cobras, abundantes na região ("São Bento, livrai-me desse bicho peçonhento...").
Por volta de 1880, houve um intenso movimento entre fazendeiros da região visando a construção de uma estrada de ferro, que viesse facilitar o escoamento da produção agrícola das fazendas, enormemente prejudicado pela presença dos rios Atibaia e Jaguari, que dificultava sobremaneira a comercialização dos produtos. Esse movimento culmina com a aprovação de empréstimos para a construção da Cia. Carril Agrícola Funilense, ligando Campinas à Fazenda do Funil. Iniciam-se nessa mesma década, vários projetos de imigração, visando substituir a mão de obra escrava, recém-liberta, por estrangeiros que, fugindo da miséria da Europa, buscavam no Brasil novas chances de sucesso. Imigrantes, na maioria italianos, começam a chegar a Paulínia para trabalhar nas fazendas por volta de 1887. A chegada dos imigrantes e a inauguração da Estrada de Ferro (em 18/09/1899) estabeleceram uma nova ordem econômica e social no bairro de São Bento, mesclando aos costumes dos habitantes das fazendas novos hábitos, músicas, cultura e religião.
Em 18 de setembro de 1899, foi inaugurado não só o trecho carroçável da Cia. Carril Agrícola Funilense, mas também as várias estações ao longo do percurso, todas elas recebendo nomes de diretores e membros da própria Companhia: "Barão Geraldo", "José Paulino Nogueira", "João Aranha", "José Guatemozin Nogueira" e "Artur Nogueira", dentre outras que levaram o nome da fazenda onde estavam situadas: "Santa Genebra", "Deserto", "Santa Terezinha" e " Engenho". Obviamente, os bairros onde estavam essas estações foram sendo conhecidos pelos mesmos nomes. Surge, assim, a vila "José Paulino". Em 30 de novembro de 1944, através do Decreto-lei 14334, a vila de "José Paulino" foi elevada à condição de Distrito, com o nome de PAULINIA.Esse Decreto impedia que localidades usassem nomes de pessoas. "Cosmópolis", no mesmo ato, foi elevado à condição de município; "Rocinha", elevado a município com o nome de "Valinhos"; "Rebouças" elevado a vila com o nome de "Sumaré" e "Arraial dos Souzas" elevado a Vila com o nome de "Souzas".
Desde 1942 Paulínia vinha aumentando a arrecadação de impostos para Campinas devido à implantação, naquele ano, de uma unidade da Rhódia Indústrias Químicas e Têxteis. Essa empresa, pioneira na cidade, alterou consideravelmente a economia não só do Distrito, mas de toda a região. Em 1956 chega a Paulínia o funcionário aposentado da Assembléia Legislativa do Estado José Lozano de Araújo. Consciente do potencial econômico do Distrito, funda a entidade "Amigos de Paulínia" e arregimenta vários homens das famílias mais antigas do local. Começa um movimento emancipatório que culmina com um plebiscito realizado em 06 de novembro de 1963, decidindo dessa forma a autonomia política do Distrito. Em 28 de fevereiro de 1964 o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou a Lei 8092, criando o município de Paulínia.
As primeiras eleições foram realizadas em 07 de março de 1965, tendo sido eleito Prefeito o candidato único do PSP (Partido Social Progressista) José Lozano de Araújo. Os primeiros vereadores, cuja função era voluntária, foram: Hélio José Malavazzi (presidente da Câmara pelos quatro anos consecutivos), Angelino Pigatto, Anízio Perissinotto, José Motta, João Beraldo, Hélio Ferro, José Improta, Mário Gervenutti Ferro e Orlando Trevenzolli. Em 4 anos Paulínia transformou-se: Tinha 6000 habitantes e uma renda per capita gerada (gerada pela Rhódia e outras empresas de menor porte) invejável: todas as ruas calçadas, isenção de impostos municipais para todos os habitantes, água encanada e rede de esgotos em todos os bairros, pavimentação das estradas de acesso, tendo sido construído o prédio da Prefeitura Municipal, que permanece até hoje.
Fonte: "Paulínia - dos Trilhos da Carril às Chamas do Progresso"
Autoras: Maria das Dores Soares Maziero e Meire Terezinha Müller Soares
Principais Fatos Históricos e Políticos do Município de Paulínia, até 1972.
1796 - O reino de Portugal doa sesmarias no local por onde passam os rios Atibaia e Jaguari.
1807 - Concessão da sesmaria Morro Azul, a qual provavelmente localiza-se onde fica a atual Paulínia.
1885 - O Comendador Francisco de Paula Camargo compra a Fazenda São Bento, em Paulínia, à época um sertão inculto habitado por índios.
1897 - Inicio da construção da Capela de São Bento.
1903 - Inauguração oficial da capela de São Bento.
1890 - Fundada, em Campinas, a Cia. Carril Agrícola Funilense para viabilizar a construção da linha férrea ligando Campinas a Fazenda do Funil (na atual Cosmópolis).
1892 - José Paulino Nogueira e investido na presidência da Câmara Municipal de Campinas (cargo que equivaleria hoje ao de prefeito) autorizando o município a contrair empréstimos para a construção da Cia. Carril Agrícola Funilense.
1897 - Aprovada a planta e o orçamento para a construção da estação José Paulino, na linha da Cia. Carril Agrícola Funilense.
1899 - Inauguração oficial da Cia. Carril Agrícola Funilense (18 de setembro) juntamente com as estações ao longo da linha, inclusive a de José Paulino.
1921 - Criação da primeira escola oficial da vila, as " Escolas Reunidas de José Paulino". Inicialmente essa Escola era, particular, pertencente `a sra. Maria das Dores Leal de Queiroz, cujo marido, José de Seixas Queiroz era comerciante e correspondente da " Gazeta de Campinas".
1923 - A Estrada de Ferro Carril Agrícola Funilense passa a pertencer `a Estrada de Ferro Sorocabana.
1928 - Chegada da rede elétrica ao vilarejo, com inauguração de oito postes na rua principal.
1942 - A Cia. Química Rhodia Brasileira compra e instala uma unidade no bairro de José Paulino.
1944 - A Rhodia produz os primeiros litros de álcool, em Paulínia, com cana colhida na própria fazenda. - Decreto-lei 14334 eleva o povoado `a condição de DISTRITO (30 de novembro).
1948 - Eleito como vereador em Campinas o sr. Amerígio Piva, primeiro morador do Distrito a ocupar um cargo publico eletivo.
1963 - 06 de novembro - Plebiscito pela emancipação. Ganha o " Sim" com 94% do numero de votantes (794 eleitores). 1964 - 28 de fevereiro - Promulgação da Lei 8092, emancipando o município de PAULINIA.
1965 - 07 de marco - primeiras eleições em Paulínia. Vence o sr. José Lozano de Araújo que havia iniciado o movimento pela emancipação do Distrito alguns anos antes.
1966 - O governo federal decide-se por Paulínia para implantar uma refinaria de petróleo da PETROBRAS. A arrecadação financeira esperada e de um bilhão de cruzeiros.
1967 - Campanha para angariar fundos para a construção da Matriz Sagrado Coração de Jesus, uma vez que São Bento havia sido substituído, sob protesto dos moradores, como padroeiro da cidade. A solução foi manter São Bento como patrono da Capela e Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da cidade. - Demolição do prédio da estação José Paulino Nogueira, desaparecendo assim o mais antigo marco histórico da cidade.
1968 - Formaliza-se a documentação e a doação de terras para a construção da REPLAN. - Segundas eleições para Prefeito e Vereadores. Vence o sr. Vicente Amatte. - Ato Institucional numero 05 suprime todos os resquícios do estado de direito; fechamento do Congresso Nacional.
1970 - Inicio das obras da Refinaria do Planalto. 22 de maio - Decreto Lei Presidencial, baseado na Lei de Segurança Nacional numero 313 declara Paulínia, dentre outros municípios, área de interesse da segurança nacional. Como conseqüência a cidade deixa de eleger seu prefeito, sendo esse nomeado pelo Governador do Estado, mediante aprovação do Presidente da Republica. Aos prefeitos em exercício e assegurado o direito de terminar seus mandatos.
1972 - 12 de maio - Inauguração da Refinaria do Planalto, com a presença do Presidente da Republica - General Emílio Garrastazu Médici.
Letra: João Gurgel Júnior
Música: Fausto Massaíni
Este nosso torrão tão bonito
Onde o sol brilha em céu cor de anil
Foi plantado no solo bendito
Que Anchieta ofertou ao Brasil
É a nossa Paulínia que avança
E que cresce risonha e feliz
Nossa mata é um verde esperança
Nossas flores de um raro matiz
A riqueza que hoje se expande
É o fruto de um grande labor
Do colono, do escravo, do imigrante
Que nos deram seu trabalho com valor
De São Paulo o Progresso forjando
Paulinenses de berço e adoção
Com amor, nosso orgulho provando
Ajoelhemos, beijando este chão
Forasteiro que aqui comparece
E se alista na nossa legião
Jubilosa a cidade agradece
Porque é mais que um amigo, um irmão
(Final...) Ajoelhemos, beijando este chão !
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Localizada a nordeste do Estado de São Paulo, dista apenas 118 km da Capital, possuindo por isso situação geográfica e clima privilegiados. Suas raízes remontam originalmente de uma velha sesmaria dos fins do século XVIII, sendo que por volta de 1919 era conhecida como a Estação de José Paulino, Foi distrito de Campinas emancipando-se a 28 de fevereiro de 1964.
Com a instalação de um dos maiores pólos petroquímicos da América Latina, Paulínia teve seu desenvolvimento acelerado que encaixou-se de forma harmoniosa aos esforços de um perfeito planejamento.
Além de benefícios como transporte municipal, serviço médico, odontológico, obras sociais, escolas e moradias, seus moradores são unânimes em afirmar que a cidade foi contemplada pela abundância do verde e flores que se fazem presente nas ruas, praças e parques, formando um ecossistema de milhares de exemplos de flora, fauna e fonte de águas minerais que proporcionam ao visitante um constante e agradável convívio com a natureza.
Dentro de um raio de 200 km a partir de Paulínia, situam-se cidades como: São Paulo, a capital do Estado, Santos, Campinas, Piracicaba, Americana, Limeira, Rio Claro e São Carlos. Ainda dentro desta área, há que se destacar o Aeroporto Internacional de Viracopos, que possui um dos mais importantes terminais aéreos de carga do país. Nesta pequena fatia do Estado de São Paulo, é gerada a parte mais importante do produto nacional bruto do Brasil.
Cidade KM
Campinas 18 Km
São Paulo 116 Km
Brasilia 885 Km
Tabela 1: Distância de algumas cidades
Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/paulinia/panorama
Rodovias
A região de Paulínia é servida pelas mais modernas rodovias do Brasil, equiparadas ao que existe de melhor no primeiro mundo: acesso com a Via Anhanguera e Rodovia dos Bandeirantes, através da rodovia José Lozano de Araújo na altura do Km 118 da Via Anhanguera, ligação com Campinas, e a Rodovia D. Pedro I, através da SP 332, interligando estas às rodovias: Castelo Branco, Regis Bittencourt, Fernão Dias, Dutra e Imigrantes.
Ferrovias
O importantíssimo entroncamento ferroviário de Campinas propicia à Paulínia o acesso a todas as regiões do Estado e do País. Por meio das interligações existentes no sistema de estradas de ferro, é possível ter acesso até a Bolívia e Argentina.
Hidrovia
Há também a hidrovia Tietê - Paraná que, embora em funcionamento parcial, já permite a navegação comercial desde o interior de São Paulo até Guaíra e Foz do Iguaçu no Paraná, fronteira com o Paraguai e Argentina, transportando um relevante volume de podutos.
Aeroportos e Portos
A região de Paulínia tem ligação internacional realizada pelos aeroportos internacionais de Viracopos, Guarulhos e Congonhas, também pelos portos de Santos e São Sebastião.
Dados sobre Saneamento Básico - Paulínia
A SABESP no município
Sabesp assumiu os serviços de água e esgotos de Paulínia em outubro de 1978. O município é abastecido por uma estação de tratamento de água com capacidade de 650 litros por segundo.
Quanto ao esgoto, a cidade conta com duas estações de tratamento com capacidade de 310,6 litros por segundo. O sistema contribui para a despoluição do Ribeirão Anhumas e Rio Atibaia.
Dados Operacionais
Água
- Ligações de água: 35.367
- Economias de água: 39.624
- Extensão de redes de água: 402,4 quilômetros
- Estações de tratamento de água: 2
- Capacidade das estações de tratamento: 400,0
- Poços:
Reservatórios: 18
Capacidade de reservação: 14.560 milhões de litros
Esgoto
- Ligações de esgoto: 32.823
- Economias de esgoto: 36.938
- Extensão de redes coletoras de esgoto: 224,5 quilômetros
- Estações de tratamento de esgotos: 2
- Capacidade das estações de tratamento: 222,6
Fonte: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp (acesso: 13/08/2019)
http://site.sabesp.com.br/site/interna/Municipio.aspx?secaoId=18&id=557