Paulínia já conta com uma rede de acolhimento a pessoas vítimas de violência. Formada por profissionais da saúde, Polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, assistentes sociais, Conselho Tutelar, Ministério Público e, agora, escolas, essa rede foi desenvolvida em razão da necessidade de atendimento especializado às vítimas.
No município, o atendimento é feito no AdA (Ambulatório de Apoio), que foi criado pela Prefeitura de Paulínia em outubro do ano passado durante a campanha do “Outubro Rosa”. Ao entrar pela rede, os casos de violência ganham prioridade e atenção especial.
É a primeira vez na história do município que um trabalho desse tipo é realizado. Na última semana, diretores de escolas participaram de uma palestra de sensibilização quanto ao protocolo e fluxograma de atendimento a pessoas vítimas de violência. A palestra foi dada na prefeitura pela médica ginecologista do AdA, Fabrícia Campos.
“Todo esse projeto começou a ser pensado em 2013, diante das situações de mulheres sob risco. Disso surgiram novas discussões sobre a violência contra a mulher e a necessidade de criar um atendimento especial para todas essas pessoas”, afirmou Fabrícia.
Em outubro de 2015, o projeto de combate a todas as formas de violência e atendimento às vítimas de violência sexual no município foi lançado, junto dos com atendimentos no AdA, atualmente localizado dentro da UBS (Unidade Básica de Saúde) do centro.
Segundo Fabrícia, 20 pacientes estão atualmente em acompanhamento pelo serviço especializado, sendo seis mulheres, cinco adolescentes (4 meninas e 1 menino), sete crianças (5 meninas e 2 meninos), um homem e um transgênero (homossexual, travesti ou transexual).
Ao ser relatado o caso de violência (agressão, violência sexual, etc.) para qualquer integrante da rede, adota-se um fluxograma para cada caso específico. Em situações que requer atendimento médico, o caso é encaminhado imediatamente à unidade de saúde.
Junto ao AdA, funciona o CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento DST/Aids), que atende a pessoas vítimas de violência sexual. No local podem ser feitos exames clínicos, tratamento de doenças e acompanhamento com especialistas para a recuperação do paciente.
Estatística da Guarda Municipal de Paulínia com base em dados da Polícia Civil apontam que foram registradas 395 ocorrências de violência contra a mulher, criança e adolescente no primeiro semestre deste ano. Do total, 13 foram flagrantes. A maioria dos casos acontece em casa.
De acordo com as autoridades, uma das maneiras de melhor combater a violência é fazer a denúncia. As Polícias Civil e Militar, a Guarda Municipal e o Conselho Tutelar são os principais órgãos para o recebimento das denúncias. Ligue: 190, 153 ou 100.