O renomado quinteto de cordas do Concertos Petrobras EPTV volta ao Theatro Municipal de Paulínia nesta quarta-feira (10) em apresentação gratuita. No programa, quintetos de cordas de Mozart e Brahms. No dia seguinte a apresentação acontece em Piracicaba. O projeto tem patrocínio do Ministério da Cidadania e da Petrobras.
Estará no palco o quinteto de cordas formado pelo trio Pablo de León, Horácio Schaefer e Roberto Ring e por dois músicos convidados: o violista José Batista Junior e a violinista Cristiane Cabral. Os ingressos estarão disponíveis na portaria do Theatro, no dia do evento, a partir das 15h.
O programa tem obras de destaque do repertório da música de câmara, escritas para a formação dois violinos, duas violas e violoncelo: o "Quinteto de cordas Nº 4 em sol menor, K. 516", de Mozart, e o "Quinteto de cordas nº 2 em sol maior, op. 111", de Brahms.
Inesgotável beleza
Wolfgang Amadeus Mozart escreveu seis quintetos de cordas, entre 1773 e 1791. Peças pioneiras para a formação são chamadas "quintetos de viola", devido à instrumentação: quarteto de cordas (dois violinos, viola e violoncelo) com o acréscimo extra de uma viola – a segunda viola ampliando em muito a gama de possibilidades melódicas, timbre e texturais. Acrescente-se que Mozart era ótimo violista, a viola era seu instrumento de preferência nas sessões em que tocava com amigos. O "Quinteto de cordas em sol menor K 516", de 1787, o quarto da série, obra do auge da maturidade do compositor, é considerado um dos pontos altos da música de câmara de Mozart. Foi composto em momento particularmente difícil para Mozart – seu pai, Leopold Mozart, faleceu em Maio de 1787. Esse sentimento de tragédia e morte se reflete na obra, que é predominantemente escura, trágica, por vezes até violenta. Mas, acima de tudo, é música de inesgotável beleza.
Johannes Brahms vivia em Viena no final da década de 1860, mas passava os meses de verão em Bad Ischl, no alto dos alpes austríacos. Foi ali, em meio ao cenário inspirador da pacata cidadezinha, que em 1890 compôs seu "Quinteto de cordas nº 2 em sol maior”. Tinha planos de que seria seu trabalho final: estava com 57 anos e acreditava ser hora de se aposentar. Obra-prima do repertório camerístico, recebida com entusiasmo desde sua première, o Opus 111 está entre as composições mais cosmopolitas de Brahms. Nela o compositor incorpora grande variedade de expressões idiomáticas – das valsas vienenses, presentes em vários momentos, à música cigana húngara, que Brahms adorava e domina o movimento final.
Musicistas
O núcleo musical do projeto Concertos Petrobras EPTV é o trio formado por Pablo de León (violino), Horácio Schaefer (viola) e Roberto Ring (violoncelo). Desde sua criação, em 2001, o grupo já realizou mais de 700 concertos. Os três músicos pertencem à elite da música clássica brasileira. Pablo de León é spalla da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Horácio Schaefer é chefe do naipe das violas da OSESP-Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Roberto Ring integrou a Orquestra Sinfônica de Campinas, a OSESP, a Orquestra de Câmara Villa-Lobos e, nos últimos anos, tem intensa atividade como músico de câmara.
José Batista Junior é atualmente o principal viola da Israel Chamber Orchestra, sediada em Tel Aviv. Seu primeiro contato com uma orquestra ocorreu em uma igreja, quando tinha 12 anos de idade. Logo começou seus estudos de viola e ingressou na Escola Municipal de Música do Estado de São Paulo. Estudou na UNESP, tendo aulas com Ricardo Kubala, e no Instituto Baccarelli tocou na Orquestra Sinfônica Heliópolis. Aos 20 anos foi aprovado com bolsa integral na Buchmann Mehta School of Music, em Israel, para fazer o bacharelado na classe de Miriam Hartman. Durante este período tocou na Orquestra Filarmônica de Israel sob regência de maestros como Zubin Mehta, Gustavo Dudamel, András Schiff e Christoph von Dohnanyi. Em 2014 foi aprovado na academia da Deutsches Symphonie-Orchester Berlin, tocando com esta renomada orquestra durante a temporada 2014-2015.
Cristiane Cabral, no violino, é natural de Curitiba, iniciou seus estudos de música aos seis anos de idade em Joinville. Estudou violino na Escola de Música de Brasília e graduou-se pela Universidade de Brasília. Contemplada com uma bolsa de estudos para a Duquesne University em Pittsburgh, Estados Unidos, recebeu outra bolsa pela mesma instituição para um mestrado em performance. Retornado ao Brasil, tocou, como convidada, na Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, na Filarmônica de Minas Gerais e na Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo. Foi professora de violino e viola na Universidade Federal de Uberlândia, na FITO (Osasco-SP) e professora do Projeto Jovens Músicos de Piracicaba (SP). Como camerista e recitalista tem participado de turnês pelo Brasil.
Recebeu o prêmio Funarte de concertos didáticos tocando uma serie de quatorze recitais didáticos para violino e piano. Atualmente reside em Brasília onde é professora da Escola de Música de Brasília e doutoranda em práticas interpretativas da UNICAMP.
Serviço
10 de Julho, quarta-feira, 20h
Teatro Municipal de Paulínia
Av. Pref. José Lozano Araújo 1551, Parque Brasil 500, tel. (19) 3933-2140
Pablo de León violino
Cristiane Cabral violino
Horácio Schaefer viola
José Batista Junior viola
Roberto Ring violoncelo
Programa
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Quinteto de cordas nº 4 em sol menor, K. 516
Larghetto - Allegro
Adagio
Menuetto: Allegretto
Allegro
Johannes Brahms (1833-1897)
Quinteto de cordas nº 2 em sol maior, op. 111
Allegro non troppo, ma con brio
Adagio
Un poco Allegretto
Vivace ma non troppo presto
Entrada franca
Classificação: Livre